SÃO MARCOS - PADROEIRO DO CARVALHAL DO CÔA

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Nas pegadas do passado

A Associação Labirintos e Caminhos do Carvalhal do Côa, organizou no passado domingo, dia 14 de Novembro, uma marcha pedonal, seguindo o caminho outrora utilizado pelos petizes do Carvalhal para ir até à escola situada em Badamalos.

22, foi o número de participantes, oriundos de Badamalos, Aldeia da Dona, Bismula e Rapoula do Côa, a marcar presença na primeira caminhada organizada pela Associação Labirintos e Caminhos do Carvalhal. Os dois mais novos desta pacata aldeia, um menino de 15 meses e uma menina de 3 anos, não ficaram para trás e também seguiram as pegadas dos mais velhos, nesta viagem ao passado. O objectivo desta caminhada, para além do são convívio, era descobrir ou redescobrir o caminho percorrido pelos jovens do Carvalhal na sua meninice, para ir às aulas, leccionadas na escola situada em Badamalos. Este percurso, efectuado com toda a boa disposição dos participantes, aliada a um tempo ameno, para a prática desta actividade ao ar livre, desencadeou, como não podia deixar de ser, muitas histórias vividas e contadas pelos próprios protagonistas da época. Uma ponte, um barroco, tudo fazia relembrar antigas peripécias, anedotas risonhas, antigos medos, como o célebre “quelhoto do medo”, que agora, visto com olhos de adultos, perdeu a sua aura tenebrosa, atribuída à imaginação fértil de uns garotos a caminho da escola. Chegados à meta, foi tempo de tirar uma fotografia de grupo frente à antiga escola, agora abandonada, de Badamalos. Depois de mais umas anedotas que o edifício fez vir ao de cima, todos foram matar a sede ao café, antes de rumarem outra vez em direcção ao ponto de partida, passando por outro caminho de terra. Na recta final, o tempo até agora afável, não poupou os caminhantes da chuva, que chegaram ao local do convívio todos molhados. Para o reconforto de todos, um lanche/magusto estava já em preparação, pois não faltaram as saborosas castanhas, assadas de maneira invulgar, numa remodelada máquina de lavar a roupa, nem a charcutaria variada e o pão, sem esquecer a imprescindível jeropiga. Mais outras vinte pessoas se juntaram ao grupo de caminhantes para partilhar estas iguarias, e deliciar-se com um caldo verde feito na hora, que veio encerrar este dia de convívio. Esta caminhada, realizada por prazer, era outrora feita por obrigação, em condições por vezes, muito difíceis, hoje inimagináveis para os mais novos. A Associação Labirintos e Caminhos agradece a participação e boa disposição de todos os participantes, esperando ter-lhes proporcionado uma agradável tarde de convívio onde o passado, por umas horas, fez parte do presente. Ficámos todos mais ricos, com a partilha de saberes e experiências, quase esquecidas, com uma visão mais real, da vida de antigamente, há vinte, trinta anos atrás…

Celda Gonçalves

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